Mortandade é conseqüência da poluição e da falta de oxigenação nas margens do rio.
Canoas - A grande quantidade de esgoto depositado in natura no rio Gravataí está tornando a sobrevivência de milhões de peixes praticamente impossível. Na manhã desta terla, a falta de oxigenação da água causou a mortandade de espécies como lambaris, brancas, birus e tilápias, as mais sensíveis, e cascudos, pintados e jundiás, que, após a chuva do final de semana, migraram para as margens do rio. "Mais uma vez, a poluição deixa a vida no Gravataí ameaçada. Já contabilizamos a morte de milhares de peixes. Se a própria ação da natureza não mudar as correntes dos ventos ou trazer novas chuvas, prevemos uma tragédia maior que a mortandade no rio dos Sinos", anuncia o presidente da ONG Associação de Pesquisa e Técnicas Ambientais (Apta), Clóvis Braga.
Segundo o ambientalista, durante o verão - em função do calor - a situação do rio piora pela falta de chuvas. "Neste período, o oxigênio das água atinge nível zero porque o esgoto se concentra nas margens. A chuva do último domingo trouxe vida ao rio (aumentando o nível de oxigênio). Isso fez com que os peixes subissem o Delta do Jacuí em direção à cabeceira, no ponto de confluência entre a ponte de Cachoeirinha e o arroio das Garças", explica Braga. Em função do vento leste, as águas neste trecho de cinco quilômetros baixaram para o nível normal na madrugada de terça-feira.
Por volta das 10 horas, uma equipe da Fepam se dirigiu até o arroio das Garças, no bairro Rio Branco, para avaliar a situação. No local, técnicos ambientais coletaram amostras de água e peixes para investigar o motivo da mortandade. O trabalho teve continuidade à tarde. Dois amostradores da Fepam mediram os níveis de oxigênio e coletaram peixes em cinco locais do rio, no trecho de cinco quilômetros entre a ponte da BR-116, em Canoas, e da BR-290, em Cachoeirinha. A medição foi acompanhada por técnicos do Serviço de Emergência Ambiental da Fepam, em lancha cedida pela Apta.
(ZipTop)
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